domingo, 7 de abril de 2013

A INQUIETUDE

 

    Sabemos que estamos em tempos de que o diferente nos é apresentado continuamente. Novos modelos em todas as ordens: alimentação, vestuário, música, famílias. Como trabalhamos com gente e é gente que constroi o diferente, do que estamos acostumados, temos que estudar para que nosso trabalho continue dando  os resultados que esperamos. Podemos citar:

"Atitudes face à crise atual, por Leonardo Boff*

Ninguém, face à crise, pode ficar indiferente. Urge uma decisão e encontrar uma saída libertadora. É aqui que se encontram várias atitudes para ver qual delas é a mais adequada a fim de evitarmos enganos:

A primeira é a dos catastrofistas: a fuga para o fundo. Estes enfatizam o lado de caos que toda crise encerra. Veem a crise como catástrofe, decomposição e fim da ordem vigente. Só aceitam certos ajustes e mudanças dentro da mesma estrutura. Mas o fazem com tantos senões que desfibram qualquer irrupção inovadora.

A segunda atitude é a dos conservadores: a fuga para trás. Estes se orientam pelo passado, olhando pelo retrovisor. Ao invés de explorar as forças positivas contidas na crise atual, fogem para o passado e buscam nas velhas fórmulas soluções para os problemas novos. Por isso são arcaizantes e ineficazes.

A terceira atitude é a dos utopistas: fuga para a frente. Estes pensam resolver a situação de crise fugindo para o futuro. Eles se situam dentro do mesmo horizonte que os conservadores, apenas numa direção contrária.

Uma quarta atitude é a dos escapistas: fogem para dentro. Estes dão-se conta do obscurecimento do horizonte e do conjunto das convicções funda­mentais. Mas fazem ouvidos moucos ao alarme ecológico e aos gritos dos oprimidos. Evitam o confronto, preferem não saber, não ouvir, não ler e não se questionar. Preferem a solidão do indivíduo, mas geralmente plugado na internet e nas redes sociais.

Por fim, há uma quinta atitude: a dos responsáveis: enfrentam o aqui e o agora. São aqueles que elaboram uma resposta; por isso os chamo de responsáveis. Não temem, nem fogem, nem se omitem, mas assumem o risco de abrir caminhos. Buscam fortalecer as forças positivas contidas na crise e formulam respostas para os problemas. Os responsáveis não se perdem em polêmicas estéreis. Mas trabalham na realização de um modelo que corresponda às necessidades do tempo, aberto à crítica e à autocrítica, dispostos a aprender.

O que mais se exige hoje são políticos, líderes, grupos, pessoas que se sintam responsáveis e forcem a passagem do velho ao novo tempo.

*teólogo, professor e membro da Comissão da Carta da Terra"  Fonte: A NOTÍCIA - edição online
 
 
 
 
 
 
 
 

 
 
                                                        

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