Sonho com a época em que todo dia seja de respeito e admiração pela vida, pelo presente, pela convivência pacífica e solidária, pelo exercício da cidadania consciente, pelos profissionais que dedicam a sua vida a outras vidas!
Nesta última sexta-feira alguns instantes foram dedicados a um pequeno carinho aos professores!
Quem é?
Quem é esse estranho personagem?
Homem ou mulher, velho ou moço, que em sua ação é ao mesmo
tempo músico e regente?
Quem é essa estranha figura que em seu trabalho chora e ri,
fala e escuta, conta e encanta?
Quem é esse ator que precisa entusiasmar o grupo e ao mesmo
tempo atender o apelo individual?
Precisa manter a ordem sem perder a serenidade; falar a
todos, ouvindo a cada um?
Quem é esse estranho personagem?
Quem possui a indômita magia para ajudar que todos
desabrochem e se expressem, aprendam e se transformem, construam e sonhem?
Quem é esse estranho malabarista que necessita se equilibrar
entre conteúdos e competências, limitando excessos, favorecendo autonomia,
acordando inteligências, provocando pensamentos?
Quem é esse anjo que empresta a filho dos outros, o tempo
que para os seus não tem e que cobrado pelos desafios da vida sempre dura, não
consegue apagar a emoção que a rotina propicia?
Quem é esse estranho personagem?
Que necessita sempre resolver, saber, decidir, propor,
desafiar sem oportunidade de perder o instante, sem o recurso de deixar para
depois?
Quem possui essa aura para esgotado, renovar esforços;
combalido encontrar energia? Quem pode, ao entrar em cada classe, refazer-se
novo como se aquela fosse a única?
Quem é esse estranho personagem?
Que aprende a empatia que ensina, pratica a solidariedade
que prega, administra a progressão do currículo que deseja, avalia com olhar
abrangente, vibra com sucessos que não são seus.
Quem é esse distribuidor de sementes que não colhe para uso
próprio os frutos que plantou?
Quem é esse estranho personagem?
Quem é esse teimoso otimista que confia no aluno, que
acredita no amanhã, que espera sempre pelo sonho?
Quem é esse estranho personagem?
Se ignorar a resposta, busque no espelho prezado
professor...
(Celso Antunes)
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